Poderia escrever um longo comentario sobre a palavra medo
e seus sinônimos: Temer, pavor, fobia, horror,
terror, pânico.
Mas basta nos limitarmos apenas à primeira epístola de
João.
"Se
dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em
nós." (I João 1: 8).
Evidentemente o Senhor Jesus livrou não apenas da prisão
que o pecado nos detinha como o resultado evento final dessa prática: A morte.
"Porque
o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por
Cristo Jesus nosso Senhor." (Romanos 6: 23).
Hoje os que são remidos e lavados pelo sacrifício
substitutivo do sangue de Jesus são nova criatura.
"Assim
que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram;
eis que tudo se fez novo." (II Coríntios 5: 17).
É verdade! Tudo antes passou e não volta mais, ou seja os
pecados passados são apagados e tudo no que diz respeito ao ser da pessoa deve
mudar e é realmente mudado por Deus.
Antes pecávamos por ignorância, como por instinto, sem
levar em conta qualquer responsabilidade futura.
"Mas
Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os
homens, e em todo o lugar, que se arrependam;" (Atos 17: 30).
Pedro compara os falsos mestres ávidos em seus pecados
como animais no seu instinto como presa ou predador
"Mas
estes, como animais irracionais, que seguem a natureza, feitos para serem
presos e mortos, blasfemando do que não entendem, perecerão na sua corrupção,"
(II Pedro 2: 12).
Em Judas encontramos igual comparação.
"Estes,
porém, dizem mal do que não sabem; e, naquilo que naturalmente conhecem, como
animais irracionais se corrompem." (Judas 1: 10).
Somos todos homens pecadores, mas a condição entre pecadores
remidos e pecadores que ainda permanecem sob a ira de Deus são distintas.
Não há diferenças entre pecados, pois para Deus não há parcialidades.
"E, se invocais por Pai aquele que, sem
acepção de pessoas, julga segundo a obra de cada um, andai em temor, durante o
tempo da vossa peregrinação," (I Pedro 1: 17).
Se houvesse parcialidade
da parte de Deus e diferenciação de pessoas não teríamos visto o cenário que
nos foi mostrado em João 8. Porém a mulher pega em flagrante adultério foi
medida de forma igual aos outros.
“Aquele que de entre vós está sem pecado seja
o primeiro que atire pedra contra ela.” (João 8:7).
Casa pessoa, uma após a outra deixou
cair a pedra que estava na mão que podemos figurar como o ato concreto do poder
do Diabo ante nossos pecados, que é de Acusador.
Certamente cada pessoa conscientizou em si o
mal que estava em si mesmo diante do mal que cometera tal mulher. Jesus não
disse: “Quem tem pecado menor que esta
mulher que atire a primeira pedra”.
Antes mesmo de João escrever em sua
epístola a consciência e auto reconhecimento de nossos pecados, Jesus já nos mostrava
isso através deste ato.
"Na verdade que não há homem justo sobre
a terra, que faça o bem, e nunca peque." (Eclesiastes 7: 20).
Estejamos de qualquer multiforme condição
nesta vida nós pecamos: Pecamos em pensar que podemos ficar um dia sem pecar,
pecamos em pensar que qualquer cerimônia ou ato que tradicionalmente ou não
possa nos trazer qualquer omissão quanto à responsabilidade em cair em pecado,
PECAMOS EM TER MEDO DE PECAR.
NÃO TENHA
MEDO DE PECAR
Não ter medo de pecar não é uma
palavra de encorajamento em fazer-nos pecar, mas uma lembrança de que nada
conforme nós mesmos nos impede de pecar a não ser o próprio Deus.
"Ora, àquele que é poderoso para vos guardar
de tropeçar, e apresentar-vos irrepreensíveis, com alegria, perante a sua
glória," (Judas 1: 24).
O rei Abimeleque é um exemplo de
pessoa que foi guardada por Deus para não pecar.
“E disse-lhe Deus em sonhos: Bem sei eu que
na sinceridade do teu coração fizeste isto; e também eu te tenho impedido de
pecar contra mim.” (Gênesis 20: 6).
Adão e Eva eram puros e perfeitos
diante de Deus, não conheciam o que era o medo, não tinham medo de pecar porque
não sabiam o que era o pecado.
Mas quando os olhos deles se abriram
para o pecado, veio o medo assim como diversas outras coisas impregnaram no homem.
Medo nada mais é que a reação de
inconformidade, intolerância ao objeto ou situação que causa a ação e
incapacidade de suporta-lo.
O pecado é traz a sedução para aquilo
que nos é omitido de ter, fazer, pensar e esperar. Sedução é algo atraente, desejável,
porém resistível.
"Se bem fizeres, não é certo que serás
aceito? E se não fizeres bem, o pecado jaz à porta, e sobre ti será o seu desejo,
mas sobre ele deves dominar." (Gênesis 4: 7).
Cada homem possui a sua própria fraqueza.
“Mas cada um é tentado, quando atraído e
engodado pela sua própria concupiscência.” (Tiago 1: 14).
Temos medo do que nos traz repulsa à típica
coisa e situação que cada um de nós sabe.
AFIRMAR QUE SE DEVE TER MEDO DE PECAR
É O MESMO QUE DIZER QUE NÃO PECA.
Dormindo temos pecado em nós, ao
abrirmos nossos olhos, ao acordar, mesmo na igreja no momento do culto temos
pecado em nós.
“Portanto, se trouxeres a tua oferta ao
altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti,
Deixa
ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão
e, depois, vem e apresenta a tua oferta.” (Mateus 5: 23-24).
Observe bem o texto e não nas peripécias
de pregadores superficiais que confundem o texto! Vejamos o exemplo:
Se determinado homem vai oferecer sua
oferta ao Senhor e se lembrar de que seu irmão tem algo contra ele significa
que há presença de pecado não notoriamente da parte do individuo que tem algo contra
o homem que vai oferecer a sua oferta, mas o homem ofertante em questão deve ter cometido algo contra o seu irmão que trouxe inglória para Deus e separação
entre dois irmãos, fazendo que houvesse incitação ao pecado da parte do outro.
Nossos pecados quando são cometidos
contra outros podem incitar o próximo a pecar também, isto não significa
justificação para se pecar, porque pecado nunca é justificável para que seja
cometido, mas incitação é o despertar forçoso de algo que estava adormecido.
"Porque a imaginação do coração do homem
é má desde a sua meninice." (Gênesis 8 : 21).
Se o pecado provocasse medo não pecaríamos,
mas o fato em questão é hipocrisia de homens que olham para somente para o que
está perto.
“Havendo escapado da corrupção, que pela
concupiscência há no mundo.
E vós também, pondo nisto mesmo toda a
diligência, acrescentai à vossa fé a virtude, e à virtude a ciência,
E à ciência a temperança, e à temperança a
paciência, e à paciência a piedade,
E à piedade o amor fraternal, e ao amor
fraternal a caridade.
Porque, se em vós houver e abundarem estas
coisas, não vos deixarão ociosos nem estéreis no conhecimento de nosso Senhor
Jesus Cristo.
Pois
aquele em quem não há estas coisas é cego, nada vendo ao longe, havendo-se
esquecido da purificação dos seus antigos pecados.” (II Pedro 1: 4-9).
Homens sem qualquer consciência do que
é ter escapado das corrupções que há no mundo e ter provado o perdão de Deus
jamais saberá o que é a capacidade de olhar para o pecador em estado de decadência
ou queda com misericórdia, pois misericórdia é colocar nosso coração na miséria
do próximo, quem está imune oo pecado?
“Porque
todo o sumo sacerdote, tomado dentre os homens, é constituído a favor dos
homens nas coisas concernentes a Deus, para que ofereça dons e sacrifícios
pelos pecados;
E possa compadecer-se ternamente dos
ignorantes e errados; pois também ele mesmo está rodeado de fraqueza.” (Hebreus
5: 1-2).
Devemos olhar uns para os
outros com olhar de igualdade diante do pecado alheio, pois pecado é pecado,
banal é a ideia de acreditar que um pecado de adultério, alcoolismo, prostituição
e coisas semelhantes de teor “comprometedor” e “escandaloso” é maior que coisas
que são vistas persistentes e rotineiramente em pessoas presentes dentro das próprias
igrejas, até mesmo por pregadores que com toda a avidez em pregar a si mesmos e
com nada mais que eloquência do que poder Espirito apontam como erro do outros, mas não olham os
pecados ocultos e descarados que estão dentro de si mesmos.
Quem há que não possa se
prostituir se Deus não permitir? Ou adulterar, roubar, matar, ect? Coisas de
teor mais condenativas que tem raízes nojentas e vergonhosas de tradições
antigas.
O que dizer da infâmia, da
mentira, da soberba do falar dos pecados alheios e não dos próprios, o que
dizer do perjúrio? Difamação, fofocas, desprezo para com o próximo, ignorância,
coisa que é tão facilmente aprendida de berço com a educação que verdadeiros
pais nos dão.
Um homem de Deus de
verdade olha para seu irmão e se compadece quando o vê que caiu no pecado, não
importa quantas vezes, porque burro é o que acredita no provérbio incrédulo e
nojento que diz: “errar é humano mais permanecer
no erro é burrice”.
Todos seriam burros então, pois que somos ainda pecadores e permanecemos no pecado não como uma condição
de “pecando”, mas tendo um corpo corrupto, somos inclinados a pecar se não
estivermos guardados em Deus.
"Porque sete vezes cairá o justo, e se
levantará; mas os ímpios tropeçarão no mal." (Provérbios 24 : 16).
“Então Pedro, aproximando-se dele, disse:
Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até
sete?
Jesus
lhe disse: Não te digo que até sete; mas, até setenta vezes sete.” (Mateus 18:
21-22).
O fator aqui não é uma premeditação
para pecar ou uma justificativa para persistência no erro, mas todo homem de
Deus em tudo até mesmo diante do pecado tem um propósito. Tudo tem um começo e
um fim, tudo tem limite.
"E sabemos que todas as coisas
contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são
chamados segundo o seu propósito." (Romanos 8 : 28).
"Não veio sobre vós tentação, senão
humana; mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis, antes
com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar." (I
Coríntios 10 : 13).
Todo pecado que nos tenta é humano, ou
seja, possa ser a manifestação de pecado que for, mas se estivermos em Deus
podemos suportar a tentação e se estiver no pecado vem a força de Deus para deste
pecado sair.
E se tornar a fazê-lo? Só há duas possibilidades
para as respostas em nossas palavras: sim, sim e não, não.
Sim! todos são suscetíveis a cair no
mesmo erro e não posso dizer quantas vezes, mas sim que não podemos conformar
com a realidade de que alguém que se diz de Deus viva pecando.
"Qualquer que é nascido de Deus não comete
pecado; porque a sua semente permanece nele; e não pode pecar, porque é nascido
de Deus." (I João 3 : 9).
Não demos lugar aqui a qualquer
relação ou valor nas diferenças entre os tempos verbais do português em relação
ao grego, muito menos aos que canonizam a língua grega como melhor em relação
às outras. Primeiro porque se fossemos buscar ênfase em valor linguístico sobre
a pureza de determinado trecho bíblico deveríamos buscar unicamente no hebraico
a língua nativa de todos os apóstolos e do próprio Jesus Cristo.
Nossa língua também rica na compreensão
de textos, não nos trará confusão na compreensão deste versículo em João 3: 9,
porque se a realidade for que os filhos de Deus não pecam, então entrará em
desacordo com João 1:8-10.
Isto é explicado quando vemos nosso
tempo verbal para entender nosso próprio idioma: “peca” – Presente do
indicativo. João está falando do “filho de Deus” em questão, logo ele utilizou
a 3ª pessoa do singular, assim se tomarmos o verbo “pecar” e flexionarmos no
presente do indicativo teremos:
Eu peco
Tu pecas
Ele peca
Nós pecamos
Vós pecais
Eles pecam
É como se João nos desse a entender
sobre o tempo deste verbo no presente, ou seja, qualquer filho de Deus não vive
pecando, ora, pecando já é um gerúndio em nossa língua, porque não se
identifica o tempo verbal, se pretérito, presente ou futuro, apenas deixa de
ter as propriedades de um verbo em tempo e modo, é uma forma verbal, mas passando
a ser uma forma nominal, o gerúndio em si indica uma ação continua que está,
esteve ou estará em andamento, ou seja, um processo verbal não finalizado.
Por isso se alguém vive pecando é bem
diferente de cair no mesmo pecado algumas (Inumerável, mas não tolerável) vezes.
Vejamos exemplos de homens de Deus que
pecaram e outros que pecaram mais de uma vez no mesmo erro.
Abraão – Pecou duas vezes em mentir
que sua esposa era sua irmã
Jacó – Pecou na mesma mentira do Pai,
mentindo que sua esposa era sua irmã.
Judá – Enganou sua nora viúva negando-lhe
o direito que seu filho mais novo tinha de cunhado.
José – Ante à morte de seu Pai Israel
tentou mudar a posição das mãos de seu pai para que a benção da primogenitura
fosse para seu filho mais velho, sendo que por profecia o mais novo seria
maior.
Moisés – Bateu na rocha além do que
devia e assim naquele momento não glorificou a Deus.
Sansão – Foi seduzido por Dalila
Jefté – Fez um Juramento precipitado
Saul – Tomou o lugar do sacerdote nos
ritos para o sacrifício com a estola sacerdotal o qual não era licito fazer
Davi – Planejou a morte de Urias, após
adulterar com Betsabé que estava gravida.
Salomão – Na velhice foi dominado por
suas mulheres para adoração a outros deuses.
Observemos que quando citei o texto de
Hebreus 5: 1-2, não fiz referência dos versículos 3 em diante, porque tratam
unicamente do sacerdócio de Cristo, pois não temos Sumo Sacerdote senão Jesus
Cristo e não temos sacerdote entre nós e Jesus o Messias, como se os nossos
pastores desempenhassem o papel de Cristo como esta descrito nos versículos 3
até o 14.
Nós somos sacerdotes para nós mesmos
nos achegarmos a Deus para oramos a Deus pedindo perdão para nossos pecados,
mas não temos o poder de pedir perdão para os pecados uns dos outros no lugar
do outro, a não ser pedir a misericórdia divina e a ação do Espírito Santo para
convencimento do pecado uns pelos outros, como bem nos ensinam as escrituras.
"Mas, sobretudo, tende ardente amor uns
para com os outros; porque o amor cobrirá a multidão de pecados." (I Pedro
4 : 8).
"Orando em todo o tempo com toda a oração
e súplica no Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança e súplica por todos
os santos," (Efésios 6 : 18).
Quando oramos pelo pecado do próximo é
para que Deus possa derramar misericórdia e perdão como bem diz o texto de II
Pedro 4:8, cobrir pecados aqui não é como a visão de esconder a sujeira embaixo
do tapete que com a proporção da sujeira ou mesmo o tempo de sujeira fará com que
o tapete mostre o acumulo disso tudo visivelmente.
Cobrir pecados aqui é nada mais que a
visão de enterra-los como um aterro de um antigo lixão que passa a ser um novo
terreno nivelado.
Orar pelos pecados alheios é
interceder a favor deste para que viva e não morra.
“Se alguém vir pecar seu irmão, pecado que
não é para morte, orará, e Deus dará a vida àqueles que não pecarem para morte.
Há pecado para morte, e por esse não digo que ore.
Toda a iniquidade
é pecado, e há pecado que não é para morte.” (I João 5: 16-17).
Diante de tudo o que temos
visto até agora entendamos que medo é pecado, medo é falta de fé, medo é
covardia, medo é omissão.
Nunca se deve orar com
medo ou por medo.
Um pecador não se
conquista indo direto ao seu erro, pois o fato não é porque ele pecou ou o por quê está pecando, mas que a solução para ele ser liberto lhe esta proposta e
revelada: Jesus é a solução.
Diante do pecado devemos confessar
ao Senhor, e ele não agirá como age o homem.
"Não nos tratou segundo os nossos pecados,
nem nos recompensou segundo as nossas iniquidades
Pois assim como o céu está elevado acima da
terra, assim é grande a sua misericórdia para com os que o temem.
Assim como está longe o oriente do ocidente,
assim afasta de nós as nossas transgressões.
Assim como um pai se compadece de seus
filhos, assim o SENHOR se compadece daqueles que o temem.
Pois
ele conhece a nossa estrutura; lembra-se de que somos pó. ." (Salmos 103
: 10-14).
Pecadores se conquistam e não o
contrario.
"Saiba que aquele que fizer converter do
erro do seu caminho um pecador, salvará da morte uma alma, e cobrirá uma
multidão de pecados." (Tiago 5 :
20).
Um filho de Deus de verdade, um homem
chamado ao serviço da obra de Deus seja de qual forma não tem medo, é homem o suficiente
para reconhecer que erra, pode errar, pode errar novamente e se errou admite e
não culpa os outros nem justifica nada de seus atos e mesmo sabendo que Deus é misericordioso
age como o filho pródigo reconhece que qualquer penalidade lhe é merecedora,
mas o Deus misericordioso lhe perdoará e o abraçará , beijará, levantará e o restituirá.
Irmão que é irmão em Cristo, pastor
que é pastor possui o amor fraternal e quando cita as escrituras para pregar
diante de seus irmãos não usa o segundo e o terceiro tempo verbal no singular,
nem o segundo e o terceiro tempo verbal no plural, mas usa unicamente o
primeiro tempo verbal do singular e o primeiro do plural.
Nós devemos dizer ante uma exposição
ante aos olhares de nossos irmãos:
“Lutemos para não pecar”.
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